falo de casas





falo de casas
de paredes e de espaços
de sombras e de tanques
com suas águas paradas
de varandas com hidrângeas
que floriam todo o ano
de corredores encerados
compridos como alamedas
de rampas onde o vento
assobiava nas corridas
e da mesa para quatro
com conversas de rotina
falo de quintais e de árvores
com esconderijos na crista
falo das horas tecidas
em rolos de neblina
e do teu colo redondo
onde o meu corpo cabia
também falo de ruínas
e do meu coração a esmo
e enquanto falo disto
ando à roda de mim mesmo


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