gosto daquele que de mim está perto




gosto daquele que de mim está perto
e fala a mesma língua sobressaltada
da dúvida e do espanto
na secreta  raiz de um tempo  entrançado
em colunas de  barro e vento

gosto da sua mansidão
senhor do pranto e da alegria
na palma rasa das mãos abrindo
outras  linhas    novos rumos

porque chega dos túneis da noite
com seus tumultos calados
e me olha com seus olhos húmidos
sua ternura amarga

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