a rapariga do chapéu
verde e óculos escuros
encosta-se a uma
balaustrada
algures numa
cidade flutuante
sob um céu de azul
primoroso
a rapariga posa para a
fotografia
o dia é branco de sol
e as casas são de um
tijolo vivo
mas mercê dos óculos
ou por qualquer razão
indefinida
a rapariga vê tudo
escuro
docemente baço
sempre foi assim
tudo envolto em neblina
e ela nem sempre usou
óculos escuros
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