pego neles e visto-os

 

pego neles e visto-os

com a roupa do costume

sento-os à mesa e eles comem

limpando a boca ao guardanapo

passeiam à vontade pela casa

saem e regressam mais tarde

 com um ramo de flores nos braços

 

de perna traçada nos sofás da sala

altivos e inocentes

olham-me de soslaio com  sorrisos vagos

de seres aparentes

 

no natal bebem pelas taças

 vinho com açúcar aquecido ao lume

e fazem saúdes

como se estivessem presentes

 

dentro do  sono

sussurram-me palavras do outro mundo

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