se tu aparecesses ao
dobrar a esquina
por detrás de um poste
de iluminação pública
sentado no banco do
jardim onde passo sem destino
na plateia do cinema ao balcão do café do
bairro
se tu aparecesses saído de um túnel ou
quem sabe descesses das alturas como
o homem aranha mas em vez de asas
estendesses os braços
para me abraçares e eu
sentisse o cheiro do
teu velho casaco coçado
asseguro-te que perdoaria o teu desaparecimento essa
ideia mesquinha de me fazeres crer que não
existes
e haveria de ficar dentro dos teus braços
contente
como quem volta a casa ao fim de muitos anos
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