eis as provas

 



 

o colar de marfim

amarelecido e sem uso

o busto de mulher

tão minúsculo que cabe na mão fechada

a pedra  oblonga com um rosto sem ângulos

e grandes olhos a carvão olhando

 

eis as provas

de um tempo difuso

quando um círculo de gente à aventura

procurava nos astros os sinais futuros

trazendo aquela dor sem pátria

para a rebentação dos dias

 

agora sobretudo eu pergunto pelo homem

que caminhava pelas areias sonhando

com a casa que erguera para lá das nuvens

e que de longe me olhava com o seu cachimbo curvo

e  olhos húmidos

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