elas criam os filhos



 

elas criam os filhos próprios e os alheios

os irmãos mais novos e os sobrinhos

os filhos da patroa e aqueles que a sorte

deitou no seu colo sem aviso

elas aprendem a paciência com passos lentos

enquanto seguram a  mão pequenina

ou dando comida na boca às colherinhas

às vezes têm  fúrias  desesperadas

que espalham o medo o choro e a raiva

 

depois de noite vêm sonâmbulas

encostar o ouvido às bocas dos filhos adormecidos

para terem a certeza de que respiram

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