no coração da casa o avô

 

no coração da casa o avô

como um soberano feliz sentado no seu trono

ordena aos móveis que não estalem

que parem os zumbidos dos vizinhos

que as portas não batam  os ventos se calem

 

e no imenso silêncio que se instala

o avô só tem ouvidos

para a pequeníssima maré

que sobe e desce arfando

no peito dos netos adormecidos

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