vai o caminheiro

 

vai o caminheiro

sozinho fazendo

seu árduo caminho

calça botas grossas

e veste o capote

de todos os dias

de nada precisa

tão-só a largueza

dos bolsos vazios

a estrada é tão longa

e o tempo tão pouco

para tanta lida

coisas trabalhosas

para deslindar

às vezes tropeça

no monte de pedras

que lhe faz espera

sem ele esperar

mas logo se ergue

voando sobre elas

fiel ao seu fito

de achar o caminho

que o leva a si

colhendo nas margens

o sopro que abre

as asas das aves

no espaço sem fim

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