não sei como dizer

 

não sei como dizer

esta angústia que se senta no princípio dos dias

e  regressa sempre  como boi  ao estábulo

 

não sei como dizer

as águas suspensas no céu das pálpebras

esta mágoa mordendo a pele

das  minhas mãos vazias

 

não sei sobretudo dizer a solidão

que entra sub-reptícia  pela cave

sacode a cabeleira amarga no espelho da entrada

e passeia-se  pela casa

 como se fosse da família

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