músicos na gare
sentados em cadeiras de plástico
um violino dois acordeões um saxofone
tocam para gente que foge
com seus últimos tesouros em sacos de lona
sua impotência nos olhos gelados
e a gente pára de súbito
esquece o medo a urgência a guerra
de rostos solenes à escuta
dos músicos sentados em cadeiras de plástico
com saxofone acordeão violino
tocando na gare de um país em ruínas
e uma criança esconde a cabeça pequenina
no ombro quente do pai
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