os amigos

 


 

os amigos

entre  eles   todo o tempo entretecido

com meias palavas   e tão fácil

entenderem-se a coberto das noites

com pequenos pecados de irem contra as estátuas

 beberem de mais e conduzirem

um chaço sem travões por estradas com curvas

de entrarem pelas areias dos dias desmedidos

erguendo bandeiras e cantando

de viajarem  para o sul  à boleia dos sonhos

de amarem  em quartos casuais

com  farrapos nas janelas a servir de cortinas

e suas nocturnas ironias seu desalentos

sua imensa sede suas incoerências

suas encruzilhadas   de choro e contentamentos

de rios que vão e se perdem e às vezes se acham

 

os amigos     grandes como montanhas

 

 

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