volta sempre

 



 

volta sempre do interior  da ausência

e espera por mim nos degraus

da porta coroada de trepadeiras

e a sua espera é  suave contentamento

qualquer coisa muito sólida

como o ferro ou o cimento

um forro quente um espaldar

e eu espero-o dentro da casa limpa

com as janelas abertas

sempre perdida por caminhos de vento

e ao vê-lo tão sereno

meu coração de  cheio chega-me à garganta

como se uma onda em mim se alteasse

tépida e desmedida

 

Comentários