sem sonhos e sem propósitos

 

sem sonhos e sem propósitos

com um saco vazio às costas e um ramo de tulipas

nas mãos suadas

com a palha das promessas nunca cumpridas dentro do 

saco

e um relógio de sol com os ponteiros a arder entre as 

estevas de maio

com quilómetros de esperas

eu digo onde:

esquinas estações de comboios cruzamentos  esplanadas  

paragens de autocarros de

metro, etc.  restaurantes   igrejas átrios jardins centros 

comerciais  bombas de gasolina

 

persigo esta paixão de continuar

sempre  com aquela  esperança

talvez mais à frente apareça

uma flor um colo  um deus

e  para mim só  se ofereça

 

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