nos degraus nos degraus

 


 

nos degraus nos degraus

de pedra escura

sob a sombra redonda das árvores

à hora em que tudo  volta

ao forro do silêncio

confessemos  baixinho  mágoas desistências

cortesias resistências cobardias

nossas vidas à míngua

 tão rasas tão tristes tão remendadas

que a gente vira costas para esconder as lágrimas

 

nos degraus nos degraus

ouçamos como pulsa o coração

ao ritmo do vento quando passa pelos ramos

indaguemos o céu que se abre limpo

aos barcos azuis que andam no mar

por uma vez colemos as palavras ao sentir

com arrojo sem medo com desassombro

como se levássemos à frente um tambor

 para acordar a aldeia inteira

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