o rosto que virámos para a infância

 


 

o rosto que virámos para a infância

ficará para sempre o rosto único

pode o tempo escavar a pele

quebrar as  pálpebras vergar os  ossos

pode a poeira do mundo embaciar os olhos

afilar   os lábios endurecer o coração

 

na pedra  de lume da alegria

na aflição das lágrimas

na nudez do espanto

em cada  instante de verdade

há-de  esse rosto emergir  inteiro

do leito fundo onde jaz a infância

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