por perto as árvores verdes verdes

 


 

por perto as árvores verdes verdes

e carreiros de formigas labutando intermináveis

não tínhamos a quem tributar nossas falhas

mas  a tarde fora tão azul com árvores verdes

que decerto haveríamos de acertar os passos

 chegariam as marés cheias de espantos

de notícias boas e os barcos poderiam partir

com suas bandeiras novas seus bancos envernizados

montados sobre as ondas brancas como cavalos de espuma

por certo tínhamos os pássaros que passavam

voando e cantando em simultâneo

 ávidos de espaço onde deixar seus gritos

tínhamos o corpo marcado por  rosas de ventos  rotas do fim do mundo

e na palma da mão  um pequeno lume que não se apagara ainda

 

levávamos  três açucenas aos ombros    
e uma nesga  de esperança

 em três palavras a medo  soletradas 


 

 

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