de olhos fixos sem pálpebras o homem

 


 

de olhos fixos   sem pálpebras o homem

avança

uma mão   segura a bengala às riscas

com que    varre  o chão do passeio

a outra  aperta a mão da menina

que a seu lado caminha

vão  devagar  nesta  tarde de domingo

respirando o ar de um outono doce

agora atravessam  no semáforo verde

 curvam na rua à direita e seguem a eito

a criança muito séria no  papel de guia

segura   a mão  do homem velho

e com a mão livre aperta  ao peito

o cão de peluche e o coelho

 

 

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