nunca saberás quantas horas têm as minhas noites

 

nunca saberás quantas horas têm as minhas noites

nem  que   árvores  da rua  me dão guarida

nem as   luas que me assombram

nem dos fantasmas meus parentes

 

não  saberás dos  temporais que descem os  meus ombros

que  flores enfeitam as bermas do meu caminho

que vozes me cantam que olhos de mim se despedem

(era uma vez um rei e  um punhal de prata )

nunca saberás como tantos  se perderam

saturados de noite nas margens do sono

e as marcas que na areia  deixaram seus soluços

 

para saberes a medida das minhas noites

teríamos de voltar  ao jardim das acácias

e abrir  o portão  de grades verdes

para os rapazes dos tambores entrarem sem medo

e  dançarmos até madrugada

 

(era uma vez um rei e uma espada afiada)

 

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